segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Conceitos Módulo 7 Unidade 2
Crash (craque)
bolsista: termo empregue nas operações financeiras de bolsas de ações para
caracterizar a quebra dos valores dos papéis e títulos postos à venda. O maior
crash conhecido foi o ocorrido em outubro de 1929, nos Estados Unidos.
Deflação:
situação económica, geralmente de crise, caracterizada por uma diminuição dos
preços, do investimento e da procura, acompanhada de uma progressão do
desemprego. Frequentemente, são os estados que originam essa situação no
intuito de combater a inflação dos meios de pagamento, a especulação e a alta
de preços. Para o efeito, diminuem a quantidade de papel-moeda, restringem o
crédito e reduzem os gastos do Estado.
Totalitarismo: sistema
político, no qual o poder se concentra numa só pessoa ou no partido único,
cabendo ao Estado o controlo da vida social e individual.
Fascismo:
sistema político instaurado por Mussolini na Itália, a partir de 1922.
Profundamente ditatorial, totalitário e repressivo, o fascismo suprimiu as
liberdades individuais e coletivas, defendeu a supremacia do Estado, o culto de
chefe, o nacionalismo, o corporativismo, o militarismo e o imperialismo. Por
extensão, o termo fascismo designa também todos os regimes totalitários de
direita e até mesmo simples regimes autoritários.
Nazismo: sistema
político instaurado por Hitler na Alemanha a partir de 1933. Para além de
perfilhar os princípios ideológicos do fascismo, distinguiu-se pelo racismo
violento, fundamentando-o numa suposta superioridade biológica e espiritual do
povo ariano, ao qual pertenceriam os alemães. Ao Estado nazi - erigido em
Estado racial - incumbiria não só a preservação
da raça superior, libertando-a do contacto com os elementos impuros -
daí as perseguições aos judeus -, mas também a sua expansão - donde a teoria do
"espaço vital" e o imperialismo alemão.
Corporativismo:
forma de organização socioeconómica que aceita a propriedade privada, mas
estabelece como necessária a intervenção do Estado no sentido de tomar aquela
socialmente útil. Para tal, defende a constituição de corpos profissionais
(corporações) de trabalhadores, patrões e serviços, que conciliam os seus
interesses de modo a promoverem a ordem, a paz e a prosperidade, ou seja, o bem-estar
geral.
Propaganda:
conjunto de meios destinados a influenciar a opinião pública. Nos estados
totalitários, a propaganda procura inculcar nas massas a sua ideologia e os
seus valores culturais e morais. Entre os meios utilizados, citam-se os discursos,
a imprensa, panfletos, cartazes, a rádio, o cinema, a televisão, marchas,
canções, uniformes, emblemas, manifestações.
Antissemitismo:
termo que, do ponto de vista linguístico, significa hostilidade aos judeus. Do
ponto de vista histórico, as perseguições antissemitas relacionam-se com o
triunfo da religião cristã (os judeus não reconheceram Cristo e pediram a
Pilatos a sua morte) e atingiram as comunidades judaicas espalhadas pela
Europa. Na altura da Peste Negra e de outras epidemias, os judeus eram vistos
como as origens do mal, sendo acusados de envenenarem fontes. Na Península
Ibérica, os judeus convertidos ("cristãos-novos") foram as grandes
vítimas da Inquisição nos séculos XVI a XVIII. No século XIX, o antissemitismo
assumiu, em alguns países europeus, o carácter de racismo, ao identificar o
povo judeu com uma raça inferior e destruidora. Esta forma de antissemitismo
atingiu o auge em pleno século XX, na Alemanha nazi, originando a morte de
milhões de judeus.
Genocídio:
política praticada por um governo visando a eliminação em massa de grupos
étnicos, religiosos, económicos ou políticos. Embora a História tenha registado
uma grande quantidade de genocídios, foram os regimes totalitários que levaram
a extremos indiscutíveis a prática do genocídio. O genocídio judaico durante a
Segunda Guerra Mundial é também apelidado de Holocausto ou, em hebreu, de Shoah
(catástrofe).
Intervencionismo:
papel ativo desempenhado pelo Estado no conjunto das atividades económicas a
fim de corrigir os danos ou os inconvenientes sociais derivados da aplicação
escrita do liberalismo económico. Concretizou-se no controlo dos preços, em
leis sobre os salários, na legislação do trabalho e social. O intervencionismo
esteve também na origem da participação do Estado como empresário e produtor de
serviços públicos. Entre estes, contam-se a produção e a distribuição de
energia, os caminhos de ferro, os correios, os telefones.
New Deal:
literalmente, significa nova distribuição e é a ex-pressão pela qual ficaram
conhecidas as reformas e iniciativas económicas e sociais implementadas pelo
presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, a partir de 1933, para
ultrapassar a Grande Depressão. O New Deal assentou numa forte intervenção na
Banca e nos créditos, que foram incentivados, na atribuição de prémios de
produção, no reajustamento entre o nível salarial e o dos preços, na
desvalorização do dólar e numa política intensiva do comércio externo.
Cultura de
massas: conjunto de manifestações culturais partilhado pela maioria da população.
A cultura de massas é difundida pelos mass media e típica das sociedades
industriais do século XX.
Media: palavra
inglesa que designa os meios de comunicação de grande impacto. Os mass media
(meios de comunicação de massas) dirigem-se a um público vasto, heterogéneo e
disperso.
Estandardização
de comportamentos: uniformização das condutas individuais segundo um padrão
socialmente aceite. Em termos sociológicos, este fenómeno é visto como um
corolário da massificação social e cultural que caracteriza o século XX.
Funcionalismo:
conjunto de soluções arquitetónicas inovadoras que marca o início de uma arquitetura
verdadeiramente moderna. O funcionalismo une estreitamente a forma e a função
numa economia de custos e racionalidade de linhas, pondo em evidência a
estrutura volumétrica dos edifícios.
Realismo
socialista: «Arte oficial» da União Soviética, estabelecida no período
estalinista. Definida por Andrei Jdanov, em 1934, como a «descrição da
realidade na sua dinâmica revolucionária», o realismo socialista dirige-se às
massas, tendo como objetivo suscitar a sua adesão ao regime. Os temas remetem
geralmente para o mundo proletário e a vida feliz dos trabalhadores na
sociedade socialista.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Conceitos Módulo 7 Unidade 1
Inflação: alta
geral de preços derivada de distorções existentes entre a procura dos produtos
e a oferta de bens, a quantidade de moeda que circula e a produção/circulação
de riquezas. Quando a oferta de bens não correspondente à procura dos
compradores capazes de pagar, estes últimos, para conseguirem as mercadorias,
sujeitam-se a pagar mais caro e fazem subir os preços. Em geral, a inflação tem
origem na necessidade de criar meios de pagamento suplementares através, por
exemplo, da emissão de papel-moeda. Tal pode ser devido, entre outros fatores,
a um défice orçamental crónico ou a um aumento geral dos salários sem um
correspondente aumento da produção.
Marxismo-leninismo:
desenvolvimento teórico e aplicação prática das ideias de Marx e Engels na
Rússia por Lenine. Caracterizou-se por enfatizar:
- o papel do
proletariado, rural e urbano, na conquista do poder, pela via revolucionária e
jamais pela evolução política;
- a identificação
do Estado com o Partido Comunista, considerado a vanguarda do proletariado;
- o recurso à
força e à violência na concretização da ditadura do proletariado.
Sovietes:
conselhos de camponeses, operários, soldados e marinheiros da Rússia. Os
primeiros sovietes, apenas com operários, remontam à Revolução de 1905 e foram
instalados nas fábricas, como focos de ligação e dinamização dos grevistas.
Contidos pelo fracasso do movimento, reapareceram em fevereiro de 1917. A
Revolução bolchevista de outubro buscou nos sovietes a legitimação popular e
fez deles a base da futura organização de Estado da URSS.
Ditadura do
proletariado: segundo a teoria marxista, é a etapa por que deve passar a
revolução socialista antes da edificação do comunismo. A ditadura do
proletariado surge para desmantelar a estrutura do regime burguês,
possibilitando a supressão do Estado e a eliminação da desigualdade social.
Comunismo: Etapa
final para que caminha a revolução proletária. Caracteriza-se pelo
desaparecimento das classes sociais, pela extinção do Estado e pela instauração
de uma sociedade de abundância.
Centralismo
democrático: princípio básico que norteia a organização do Partido e do Estado
comunista, segundo o qual todos os corpos dirigentes são eleitos de baixo para
cima, enquanto as suas decisões são de cumprimento obrigatório para as bases.
Anomia social:
ausência de um conjunto de normas consistente e genericamente aceite pelo grupo
social. A anomia pressupõe a fragilidade e a relativização dos valores que
ditam a conduta dos indivíduos. É uma característica das sociedades atuais em
que as mudanças rápidas impedem a consolidação de um código social rígido.
Feminismo:
movimento de contestação e luta empreendido pelas mulheres com vista ao fim da
sua situação de dependência e inferioridade relativamente ao sexo masculino. As
reivindicações do movimento feminista centram-se, pois, na igualdade (jurídica,
social, económica, intelectual e política) entre os dois sexos.
Relativismo:
abordagem científico-filosófica que admite a impossibilidade do conhecimento
absoluto e acredita que o conhecimento depende das condições do tempo, do meio
e do sujeito que conhece.
Psicanálise:
ciência psicológica criada por Sigmund Freud que abarca um corpo doutrinal
teórico (sobre o psiquismo), um método de pesquisa e um processo terapêutico. A
psicanálise abriu à Psicologia um novo campo de fenómenos (o inconsciente),
através do qual procura explicar comportamentos até aí tidos como
inexplicáveis.
Modernismo:
movimento cultural das primeiras décadas do século XX que revolucionou as artes
plásticas, a arquitetura, a literatura e a música, estendendo-se também às
restantes manifestações culturais. O modernismo reivindica a liberdade de
criação estética repudiando todos os constrangimentos, em especial os preceitos
académicos.
Vanguarda
cultural: movimento inovador no campo artístico, literário ou em qualquer outra
área da cultura que rejeita os cânones estabelecidos e antecipa tendências
posteriores.
Fauvismo:
Corrente vanguardista, marcadamente francesa, iniciada em 1905 e liderada pelo
pintor Henri Matisse. Defende o primado da cor na pintura e utiliza-a com total
liberdade, em tons fortes e agressivos, negligenciando. Como grupo, os fauves
tiveram uma curta duração, desmembrando-se por volta de 1908.
Expressionismo:
no sentido lato, designa as formas artísticas que tendem para a expressão
subjetiva e emotiva. Num sentido restrito, designa uma corrente de vanguarda
das três primeiras décadas do século XX, marcadamente alemã, que proclama como
objetivo da arte a representação de emoções e insiste na escolha de temas
fortes de índole psicológica e social.
Cubismo:
movimento artístico iniciado por Picasso e Braque, cerca de 1907, que rejeita a
representação do objeto em função da perceção ótica e a substitui por uma visão
intelectualizada globalizante de tipo geométrico. Distingue-se entre o cubismo
analítico (até 1912 sensivelmente) e o cubismo sintético (de 1912 até meados
dos anos 20).
Abstracionismo:
movimento artístico que rejeita o tema ligado à realidade concreta, à descrição
do visível. A obra de arte abstrata procura uma linguagem universal capaz de
superar as diferenças intelectuais e culturais dos espectadores.
Futurismo:
movimento artístico criado pelo escritor F. Marinetti em 1909. Caracteriza-se
pela rejeição total da estética do passado e pela exaltação da sociedade
industrial. Os futuristas nutrem particular admiração pela tecnologia moderna e
pela velocidade.
Dadaísmo:
movimento de contestação artística que recusa todos os modelos plásticos e a
própria ideia de arte. Nascido na Suíça, em 1916, o dadaísmo difunde-se
internacionalmente e atinge o seu apogeu em frança, cerca de 1920.
Verdadeiramente desconcertante e inovador, levando ao extremo a espontaneidade
e a irreverência, Dada influenciou os mais importantes movimentos artísticos da
segunda metade do século XX, como o Happening, a Pop Art e a Arte Conceptual.
Diretamente, a via dadaísta desembocou, por intermédio de alguns dos seus
membros (F.Picabia, Man Ray, Max Ernst, André Breton...) no movimento
surrealista.
Surrealismo:
movimento estético iniciado em França, em 1924, que, tendo aparecido no campo
da literatura, se estendeu rapidamente à pintura, à escultura e ao cinema. O
movimento surrealista fez a apologia da arte como mecanismo de projeção do
inconsciente, recorrendo aos mais diversos maeios para expressar a realidade
interior do artista.
sábado, 1 de junho de 2013
Conceitos Módulo 6 Unidade 5
Cientismo: atitude segundo a qual a ciência dá a conhecer as
coisas como são, resolve todos os reis problemas da Humanidade e é suficiente
para satisfazer todas as necessidade legítimas da inteligência humana.
Positivismo: conjunto de doutrinas de Auguste Comte
caracterizado sobretudo pelo impulso que deu ao desenvolvimento de uma
orientação cientificista do pensamento filosófico, atribuindo à constituição e
ao processo da ciência importância capital para o progresso de qualquer ramo do
conhecimento e da sociedade.
Realismo: conceção literária e estética segundo a qual o
escritor e o artista devem representar o real tal como ele é, sem o idealizar.
Impressionismo: movimento artístico dos finais do século XIX,
sobretudo pictórico, nascido em Paris. Segundo os impressionistas, o principal
elemento da sua arte é a luz e, através das suas diferentes intensidades, a
cor. A cor não é empregue pelo que vale ou exprime por si mesma, mas pelo que
evoca e traduz.
Simbolismo: escola literária e pictórica da 2ª metade do
século XIX, originária de França, caracterizada por uma visão subjetiva,
simbólica e espiritual do Mundo e que adotou novas formas de expressão,
traduzindo as impressões por meio de uma linguagem onde dominava a preocupação
estética.
Arte Nova: estilo artístico nascido na década final do
século XIX, na França. Expandiu-se pela Europa e América. Opôs-se aos
revivalismos da época, procurando o uso de novas formas expressivas na
arquitetura, na pintura e nas artes decorativas, recorrendo a ornamentações
assimétricas, inspiradas na Natureza e na arte japonesa.
Conceitos Módulo 6 Unidade 4
Regeneração: período da História portuguesa que se iniciou em
meados do século XIX e se prolongou até à década de 1870, marcado especialmente
pela ação de Fontes Pereira de Melo, em que se verifica um desenvolvimento
económico do país, iniciando-se a revolução dos transportes e a
industrialização, Politicamente, correspondeu a uma certa pacificação e à
consolidação da democracia liberal.
Fontismo: política de melhoramentos posta em prática pelo
Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, criado em 1852, pelo Governo
da Regeneração e primeiramente chefiado por António Maria Fontes Pereira de
Melo, de onde retirou o seu nome. Indissociável do livre-cambismo e do
capitalismo burguês, cujos interesses defendeu, a política "fontista"
incidiu na criação de infraestruturas materiais para o desenvolvimento
económico do País.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Conceitos Módulo 6 Unidade 3
Partido de
massas: grupo político que depende da adesão popular para se
instituir. Contrapõe-se à noção de "partido de quadros" ou "de
comité", usualmente atribuída aos partidos
liberais e burgueses so século XIX. Estes organizavam-se de cima para
baixo, isto é, nasciam de associações de personalidades, formadas em torno de
um chefe parlamentar ou de um político de nomeada.
Sistema (ou
sufrágio) maioritário: processo
de representação que funciona do seguinte modo: dividea nação em círculos
eleitorais e, em cada círculo, apenas admite a nomeação de deputados do partido
aí mais votado, com exclusão de todos os outros, qualquer que tenha sido o seu
número de votos.
Referendo: auscultação da opinião pública por voto
direto de todos os cidadãos.
Laicismo: doutrina que proclama o carácter não-religioso das instituições sociopolíticas
e culturais ou que, pelo menos, reclama a autonomia destas em face da religião.
No século XIX e no princípio do século XX, o problema do laicismo colocou-se em
toda a Europa e deu origem a duas grandes tendências: à separação do poder
espiritual e do poder temporal, isto é, da Igreja e do Estado; e, em alguns
casos, ao atísmo oficial.
Sufrágio
universal: sistema de votação em
que a eleição é participada por todos os cidadãos, a partir da maioridade, sem
exceções de sexo, riqueza , raça, nível de escolaridade, estado civil ou
outras.
Estado
autoritário: estado despótico que
se fundamenta no poder e na autoridade de uma minoria, exercido de modo
arbitário sobre o conjunto dos governados. Nestes Estados, o poder apoia-se no
exército e nas forças policiais e desempenha forte ação repressora sobre os
cidadãos.
Autocracia:
governo exercido em nome pessoal;
sistema político em que a vontade de um só homem é a lei suprema (do grego
autokrateia, poder absoluto).
Colonialismo/imperialismo: sistema de dominação (política, económica e
cultural) das metrópoles sobre as colónias. O colonialismo europeu, com origem
nas descobertas dos séculos XV e XVI, assumiu, no século XIX, uma feição de
imperialismo (anexação desses territórios e efetivo exercício daquele domínio).
arte japonesa.
Conceitos Módulo 6 Unidade 2
Explosão
demográfica: brusco aceleramento
da taxa de crescimento da população mundial. Esse aceleramento, que ocorreu a
partir de finais do século XVIII, deveu-se, sobretudo, à queda d taxa de
mortalidade e atingiu primeiramente os países mais industrializados.
Emigração: movimento populacional, voluntário e espontâneo,
que implica o abandono do país de origem e instalação num país estrangeiro,
definitivamente ou por um longo período de tempo.
Sociedade de
Classes: estrutura social
estabelecida pelo liberalismo. Baseia-se na igualdade jurídica de todos os
cidadãos perante a lei, no respeito pelos direitos naturais dos homens e pela
liberdade individual em todos os setores. Aceita como únicas diferenças as
resultantes das capacidades individuais, da profissão e do poder económico de
cada um. Admite, deste modo, a mobilidade ascensional e descensional dos
indivíduos.
Profissões
liberais: conjunto de profissões
de natureza não comercial e não industrial que se exercem de modo livre e
independente, por conta própria. Reconhecem-se como profissões liberais a
medicina, a advocacia, a jurisprudência.
Classes médias: grupos sociais muito heterogéneos que se formaram
por meados do século XIX e que se distinguem do povo comum por possuírem uma
situação económica mais estável e desafogada, sem contudo alcançarem a posição
de riqueza, prestígio e poder de elites. Exercem profissões não braçais, detêm
pequenos negócios no comércio ou na indústria, ou vivem de modestas pensões
provenientes de bens móveis ou imóveis.
Serviços: conjunto de atividades do chamado "setor
terciário urbano" (segundo Colin Clark). Por outras palavras, as
atividades que não produzem bens, mas desempenham tarefas úteis à coletividade
ou a outrem. Incluem-se no setor dos serviços as atividades ligadas aos
transportes, à armazenagem, às comunicações, à administração pública, aos serviços
coletivos públicos (saúde, saneamento, bombeiros, polícias, professores, etc.)
ou ainda as atividades desenvolvidas por empresas particulares no campo
recreativo, hoteleiro, comercial e pessoal ou outras afins.
Self-made man: expressão inglesa que significa, à letra, "o
homem que se faz a si próprio". No século XIX, esta expressão foi empregue
com frequência para designar os homens de origem humilde e sem preparação que,
à custa dos próprios méritos e do trabalho, alcançaram uma posição de destaque
nos negócios, na política, nas profissões liberais ou nas letras.
Grémio: associação de carácter profissional, económico e,
mais raramente, cultural, como no caso dos grémios literários.
Filantropia: doutrina filosófica e política que visa alcançar
a construção da felicidade humana pela prática do humanitarismo como meio para
eliminar as injustiças reinantes na sociedade. (Etimologicamente, filantropia
significa amor pela Humanidade ou humanitarismo).
Consciência de
classe: identificação do
indivíduo com o grupo social a que pertence por razões profissionais,
socioeconómicas ou político-culturais. Grau de consciência que um grupo social
possui de si próprio enquanto entidade coletiva, unida pelas mesmas condições
de vida e pelo mesmo estatuto político-económico.
Proletariado: termo de origem romana que designa as camadas
populacionais que não têm outro meio de sobrevivência que não seja venderem a
sua força de trabalho (= capacidade de trabalho); assalariado. Embora
incluísse, inicialmente, apenas os operários das indústrias, o termo foi-se
generalizando ao longo do século XIX, passando a abranger os assalariados de
todos os setores de atividade.
Socialismo: sistema político-ideológico que nasceu na Europa
durante o século XIX. Caracteriza-se por propor o estabelecimento de uma
sociedade ideal onde, através da abolição da propriedade privada e da
coletivização da economia, a igualdade económica e social fosse efetivamente
conseguida, a par da igualdade jurídica e política. De raízes diversas, o
socialismo apresenta diferentes feições ideológicas e deferentes práxis
políticas. A corrente dominante é, desde finais do século XIX, a do socialismo
marxista ou socialismo científico.
Greve: suspensão coletiva da prestação de trabalho,
resolvida por combinação prévia entre os trabalhadores subordinados de uma
mesma empresa ou de empresas do mesmo setor, tendo por fim obter a satisfação
de reivindicações de carácter profissional.
Movimento
operário: expressão utilizada
para designar a luta dos operários em prol da sua causa. Como formas de luta,
os operários usaram a formação de associações de entre-ajuda, as manifestações,
as greves e os sindicatos. Iniciado ainda no primeiro quartel do século XIX, o
movimento operário só tomou uma feição organizada e oficial após 1860-70 com o
apoio e suporte ideológico do socialismo científico e do anarquismo.
Sindicato: associação de carácter profissional
que congrega trabalhadores coma mesma profissão ou profissões conexas, unidos
pelo propósito de lutar pela defesa dos seus direitos profissionais, tanto no
plano económico, como moral e político. Inicialmente considerados como
associações privadas, os sindicatos alcançaram, nos finais do século XIX, o
reconhecimento oficial, obtendo prerrgativas de direito público e sendo reconhecidos
a nível político.
Luta de classes: antagonismos de carácter
profissional, económico e sociopolítico que opõem grupos sociais com interesses
diferentes. Para Karl Marx, autor da expressão, só existem duas verdadeiras
classes nas sociedades burguesas do século XIX: a burguesia e o operariado.
Internacional
Operária: designação dada a uma
das várias associações estabelecidas para coordenar as organizações comunistas
espalhadas por todo o Mundo. A I Inernacional foi fundada em 1864, em Lonfres,
o seu protagonista mais importante foi Karl Marx e ficou conhecida por
Internacional Operária.
Conceitos Módulo 6 Unidade 1
Capitalismo
industrial: segunda fase do sistema económico capitalista (a primeira foi o
capitalismo comercial, século XVI-XVIII - viagens de descobertas e de
exploração). Surgiu na Inglaterra do século XVIII e foi instalado de forma
hegemónica no século XIX, modificando o sistema de trabalho e de produção: da
manufatura passou à maquinofatura que, através do recurso às máquinas a vapor,
possibilitava maior rapidez e um aumento na produção. Foi marcado por
transformações económicas, políticas, sociais e culturais: se por um lado, fez
aumentar as margens de lucro para os donos das fábricas, possibilitou a descida
de preços das mercadorias; por outro, conduziu ao desemprego, à diminuição dos
salários, à degradação das condições de trabalho, à exploração de mão de obra
feminina e infantil, à poluição (dos espaços, dos rios, atmosférica,
sonora...), à ocorrência de acidentes com máquinas, entre outros. Rapidamente
este sistema estendeu-se a outros países da Europa e aos EUA. Muitos países
europeus introduziram este sistema económico na Ásia e na África, mas foram
explorados pelos europeus num contexto de neocolonialismo, fornecendo
matérias-primas e riquezas e consumindo produtos industrializados fabricados na
Europa, sendo que o Japão começou a sobressair como potência emergente. Este
sistema económico conheceu períodos de crises cíclicas, particularmente a
partir do terceiro quartel do século XIX.
Progressos
cumulativos: inovações científicas e técnicas que se potencializaram
mutuamente, desenrolando-se numa dinâmica própria em que cada novo progresso
servia de incentivo para se chegar ao seguinte.
Empresa: instituição
económica, pública ou privada, ligada à produção industrial, à comercialização
ou aos serviços.
Moeda
fiduciária: denominam-se deste modo os meios de pagamento monetário ( como as
notas bancárias, ou as moedas atuais) cujo valor de circulação - o valor facial
ou nominal ( o que está escrito neles) - não corresponde ao valor real dos
materiais em que são feitos, representando apenas um valor convencional que
corresponde a igual valor em metais preciosos depositados nos cofres dos bancos
emissores. Tais moedas presumem a confiança (fides) do público na existência de
tais reservas no banco emissor.
Sociedade
anónima: forma de constituição de uma empresa, cujo capital se encontra
fracionado em títulos de igual valor (ações) que pertencem a vários titulares,
geralmente não identificados. Os titulares das ações têm direito a uma
percentagem dos lucros da empresa, proporcional ao valor das ações possuídas,
mas também respondem, apenas na mesma proporção, pelos gastos e dívidas da
mesma. Os títulos ou ações podem ser revendidos nas Bolsas, aumentando assim a
capital disponível da empresa e permitindo lucros especulativos.
Capitalismo
financeiro: terceira fase do sistema económico que começou a emergir a partir
do terceiro quartel do século XIX, isto é, no período de expansão imperialista
(1875-1914), e que viria a consolidar-se após a 1ª Guerra Mundial.
Caracteriza-se pelo desenvolvimento da Banca e de grandes grupos empresariais.
Taylorismo: doutrina
de racionalização do trabalho industrial que visa a maximização do rendimento
técnico do binómio trabalhador-equipamento, pela mecanização e automatização
dos atos dos operários, pela eliminação dos tempos mortos e gestos inúteis e
pela redução do esforço físico e psicológico dos trabalhadores. Foi enunciada
pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor com base na divisão
metódica das tarefas laborais, na adequação dos diferentes tipos de tarefas
entre si e nas aptidões dos diversos trabalhadores.
Estandardização: uniformização
dos modelos produzidos em série; redução da produção a um só modelo.
Capitalismo
rural: sistema económico utilizado por um conjunto de empresários e de
instituições financeiras, cujo capital resultou dos lucros obtidos em
atividades produtivas rurais (agricultura, viticultura, criação de gado,
pecuária...), as quais visavam a grande produção e a sua total mercantilização,
de modo a obter o máximo de lucros, reinvestíveis na agricultura ou noutras
atividades económicas.
Zollverein: acordo de
unificação aduaneira que uniu os Estados da Confederação Alemã desde 1834 até à
proclamação do I Reich, em 1871 (Chanceler Bismarck).
Crise
cíclica: perturbações da vida económica que ocorrem em intervalos de tempo
regulares.
quinta-feira, 7 de março de 2013
Conceitos Módulo 5 Unidade 5
Liberalismo
económico: conjunto de princípios regulou a gestão da vida económica nos
regimes liberais. Inspirado na ideia iluminista da ordem natural e respeitando
como corolário máximo a liberdade individual, o liberalismo faz repousar o
bem-estar económico da sociedade nos princípios da livre iniciativa privada,
exercida em livre concorrência, prescrevendo toda e qualquer intervenção do
Estado em matéria económica.
Romantismo:
movimento cultural (literário, artístico e filosófico) que se difundiu na Europa
e na América entre finais do século XVIII e meados do século XIX. Contrapõe-se
ao neoclassicismo e exalta o individualismo, a subjetividade, a imaginação e os
sentimentos.
Época
Contemporânea: último período da evolução histórica, aquele em que se
estabeleceram os padrões culturais e civilizacionais do mundo atual. A
historiografia inicia-o com as transformações provocadas pelos efeitos conjuntos
do liberalismo e da revolução industrial; convencionalmente, escolheu-se para
sua data inicial a da Revolução Francesa, 1789.
Conceitos Módulo 5 Unidade 4
Jacobinismo: nome atribuído ao ideário político
dos membros do Clube Jacobino que, durante a Revolução Francesa, se
caracterizaram por uma atitude revolucionária, radical e antirreligiosa. Nesta
época, em Portugal, o termo designava, pejorativamente, todos os simpatizantes
do liberalismo.
Vintismo:
nome atribuído à ideologia liberal e à fação política defendida pelos
revolucionários de 1820. Foi apelidada de radical pelas outras fações liberais
existentes, por restringir os direitos do Rei e suprimir os privilégios da
nobreza e clero tradicionais (e ainda embora em menor grau, pela abertura que
concedeu à liberdade de opinião e pensamento e à reforma do ensino).
Cartismo:
designação que se atribui ao liberalismo moderado, em Portugal, o qual, na sua
generalidade, segue os princípios ideológicos patentes na Carta Constitucional
de 1826. O termo generalizou-se após a Revolução Setembrista de 1836, opondo-se
ao "setembrismo" que defendia o regresso ao ideário democrático e progressista
da Constituição de 1822.
Setembrismo: fação mais democrática e popular do
liberalismo português, inspirada no vintismo (isto é, adepta da Constituição de
1822). Surgiu com a Revolução de Setembro de 1836, golpe de Estado parlamentar
que se apôs a um certo conservadorismo do regime cartista instalado em 1834.
Teve como líderes os irmãos José e Manuel Passos (vulgo, Passos Manuel), Soares
Caldeira, Leonel Tavares e José Estêvão. Afastado do poder em 1842, com a
ascensão do cabralismo, o setembrismo perdurou como ideário político até ao
advento do republicanismo.
Cabralismo:
nome atribuído à política desenvolvida por Costa Cabral nos seus dois governos:
de 1842 a 1846 e de 1849 a 1851. apoiado pela nova aristocracia liberal dos
barões e viscondes (a alta burguesia fundiária, comercial e financeira), o seu
projeto político visava o progresso do país pelo desenvolvimento das obras
públicas e modernização da administração.
Conceitos Módulo 5 Unidade 2
Fisiocratismo: doutrina económica de cariz
iluminista que considera a terra como única fonte de riqueza e a agricultura
como a atividade fundamental; defende o direito individual à propriedade e à
livre iniciativa; propõe a abolição de todos os entraves à livre circulação dos
produtos e condena a interferência do Estado na vida económica. Esta doutrina
desenvolveu-se no século XVIII e foi teorizada por filósofos e economistas como
Adam Smith (1723-1790), François Quesnay (1694-1774) e Gournay
(1712-1759).
Terceiro
Estado: expressão utilizada nos finais do século XVIII para designar a
população não privilegiada. Encabeçado pela burguesia, que o representava nas
Cortes (Estados Gerais), o Terceiro Estado incluía todos os estratos e
profissões populares, possuindo, por isso, o significado de " povo comum".
Assembleia dos
Notáveis: órgão consultivo do poder central, composto pelos mais altos
dignatários das ordens privilegiadas.
Estados
Gerais: órgão político de carácter consultivo e deliberativo, constituído
pelos representantes das três ordens sociais. Teve a sua origem nas Cortes
medievais e foi o mais alto órgão político até ao século XVII. Com a ascensão do
absolutismo, perdeu a sua força, não reunindo, em França, desde 1614.
Jacquerie:
nome atribuído, em França, aos levantamentos e tumultos populares.
Monarquia
Constitucional: forma de monarquia em que o rei detém apenas uma parcela
do poder soberano (em regra, o poder executivo), estando os restantes poderes
divididos por uma Assembleia ou Parlamento e pelos Tribunais. Assenta nos
princípios de soberania da Nação e na separação dos poderes, e reconhece a
superioridade da lei, patente numa Constituição.
Soberania nacional
(da Nação): conceito-base da democracia que faz repousar o poder maior de
um Estado na vontade da maioria da sua população.
Sufrágio
censitário: tipo de votação que apenas admite como votantes (eleitores)
os cidadãos que paguem o censo, imposto devido pela posse de uma terra ou de um
contrato de usufrutuário.
Terror:
etapa da Revolução Francesa que coincidiu com o governo da Convenção Montanhesa,
isto é, de junho de 1793 a julho 1794. Foi o período mais sangrento da
Revolução, marcado pela repressão social, por violentas perseguições políticas,
prisões e execuções em massa.
Estado
laico: Estado onde o poder político se reconhece como não religioso e
mantém uma altitude de isenção e neutralidade face à(s) religião(ões).
Conceitos Módulo 5 Unidade 1
Constituição: documento legislativo que contém os
princípios gerais e as normas jurídicas fundamentais de um Estado, emanadas de
uma assembleia eleita ou constituída para o efeito. A Constituição de um Estado
define a sua forma política e os direitos e deveres essenciais dos seus
cidadãos.
Revolução
liberal: conjunto de movimentações político-militares que, entre o último
quartel do século XIX, derrubaram o absolutismo monárquico e implantaram o
liberalismo, assente na igualdade dos direitos individuais, na soberania
nacional e no principio da separação políticos.
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